Dicas

Embora não existissem estudos categóricos provando que o leite materno fosse o responsável pela Cárie na Primeira Infância, a conduta clínica protocolada pela maioria dos professores de Odontopediatria até hoje é que o desmame noturno deve acontecer logo quando nascem os primeiros dentes, com a intenção de que não ocorra manifestação da doença. Porém, como isto é extremamente difícil para um bebê que anseia mamar e para uma mãe que se sente culpada, acrescentou-se a ideia de ter que se limpar após cada mamada, até de madrugada. Obviamente que não poderia dar bons resultados mediante tamanhas pressões.

 

A ciência foi evoluindo e atualmente está provado que Cárie na Primeira Infância, assim como outras formas de cárie, é considerada uma doença dinâmica multifatorial, determinada pelo consumo de açúcar e mediada por biofilme (placa bacteriana). Ou seja, para a cárie acontecer precisa ter presença de açúcar do tipo sacarose (presente na cana de açúcar) e falta de higiene bucal rotineira e diária.

 

A lactose, o açúcar presente no leite materno, mesmo sendo um açúcar (carboidrato fermentado) não é capaz de fazer com que a saliva fique ácida suficientemente para tornar o meio crítico para cárie.

 

Nos últimos dias, saiu um importante documento em formato de cartilha da OMS (Organização Mundial de Saúde) enfatizando que o aleitamento materno é fator protetor para cárie e de como os açúcares inseridos nos alimentos (bala, pirulito, danoninho, refrigerante, composto lácteo, biscoito de maisena, refrigerantes etc.) são os inimigos da criança! Pois, além de serem fatores de risco para desenvolver a cárie, também são fatores de risco para outras doenças crônicas como diabetes, obesidade e câncer.

 

Portanto, vamos trocar a atuação, focar na dieta sem açúcar e na higiene bucal diária como rotina, e deixar o leite materno fazer o seu papel, cuidar das crianças!

 

 

#odontopediatriabrasil